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Desafios do design no Brasil

Estamos vivendo um contexto em que o design aos poucos ganha destaque dentro de comunidades criativas. O que contribui para esta popularização, é o aumento da oferta de cursos voltados à disciplina e a procura de diferentes setores por motores de inovação e criatividade. O termo design em nosso território (como em muitos outros pelo mundo) absorvem demandas estéticas, culturais e estratégicas, sendo uma área rica para outras áreas do conhecimento. Diferentes áreas estão inserindo a disciplina como parte de suas rotinas, startups, negócios digitais, grupos de engenharia e arquitetura, setores de comunicação e serviços. O pensamento projetual do design gera valor e quem está aberto a ele pode ressignificar sua organização. O desafio do design no Brasil é o de ser compreendido.

Algumas características modernas contribuem para essa rápida disseminação do design: A era exponencial em que mudanças ocorrem rapidamente; Necessidade de se ambientar e entender uma diversidade de dados; A construção de sentido associado ao propósito como item vital; Pensamento sistêmico; Entendimento e uso de recursos escassos. Essas são algumas das muitas variáveis que podemos analisar para descrever a necessidade do mercado em absorver o design. No entanto, a inserção deste profissional vai além de setores voltados ao trabalho recorrente do design. O futuro do Brasil com o design não está somente associado a criação de setores de design dentro das organizações, mas sim, a absorção de suas práticas e saberes dentro de outras atividades das organizações. Este fator levanta algumas dúvidas sobre o comportamento do profissional de design: Devo exercer minha função para setores de design? Devo trabalhar em um outro cargo? Posso me associar a causas que gerem impacto na sociedade? O desafio do design no Brasil é ter uma postura de design.

Essa é uma questão delicada, porém entusiasmante. Se a absorção do design no país está além de sua atuação operacional nas organizações, isto mostra que a cultura de inovação está sendo inserida no corpo da gestão e serviços. No entanto, este despertar de mudança só ocorre com empresas que estão cientes do potencial de valor do design e desejam um profissional específico preparado para as dinâmicas imprevisíveis dentro do mundo corporativo. O que resulta em uma demanda de designers que realmente conseguem se posicionar e demonstrar suas visões e metáforas de mundo. Se as profissões do mundo estão mudando junto com o mercado, o próprio design sofrerá suas evoluções. Cada parte do mundo absorverá a profissão e o profissional de acordo com suas demandas culturais e estratégicas. Para o nosso design Brasileiro seguir se firmando nas regiões de norte a sul, ele deve ser mais visto e debatido fora de ambientes de design. Se algumas empresas já o consideram um elemento estratégico que gera valor ao sistema de negócios, outras empresas devem ser despertadas. O desafio do design no Brasil é engajar pessoas.

Dentro do três itens comentados acima, além da necessidade de um profissional sistêmico, com bagagem cultural e posicionamento crítico, a sociedade brasileira necessita entender o valor do design. Em suma, uma das maiores carências do setor é o seu trabalho de comunicação com outras áreas. O desafio do design no brasil é ser um design brasileiro.

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