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Compartilhamento renova o consumo

O modelo de negócio implantado por Menke é um exemplo de como o conceito de consumo vem mudando e o quanto as empresas precisam estar atentas a isso.

Designer na prática e sem nenhuma formação universitária, Wolfgang Menke está dando um nó na cabeça do mercado brasileiro. Há dois anos ele está transformando uma rua no bairro paulistano de Pinheiros em um endereço único e diferente. Lá, é possível trabalhar, comer, aprender, lavar roupas e até renovar o guarda-roupa sem necessariamente ser dono de nada ou gastar muito dinheiro. Pelo contrário, várias casas foram transformadas em espaços compartilhados, batizados com nomes em inglês: House of Work, of Food, of Learning e House of Bubbles. A primeira, a House of Work, surgiu em 2013, quando o empresário enxergou em uma pequena casa a oportunidade para colocar suas ideias de economia compartilhada em prática. “Trata-se de um espaço para profissionais independentes plugarem seus laptops, com acesso a uma impressora de qualidade e uma sala de reunião bacana”, afirma Menke. Para tanto, os usuários pagam um aluguel de R$ 60 por dia ou de R$ 950 por mês.

Wolfgang Menke

Na sequência, veio a House of Food, uma iniciativa ainda mais inovadora. A casa é alugada diariamente – há lista de espera de até três meses – para chefs de cozinha testarem novos pratos ou para cozinheiros apaixonados apresentarem suas iguarias. O aluguel varia entre R$ 450, de segunda a quarta-feira, a R$ 900, aos sábados. O valor cobrado pelo prato vai para o bolso do cozinheiro. A House of Learning, por sua vez, é um espaço aberto de ensino. Já a House of Bubbles, um misto de lavanderia e brechó, é a mais nova das casas, aberta em novembro de 2015. “Este, sim, é um espaço vanguardista, porque a pessoa pode lavar suas roupas e se não quiser mais uma das peças, pode deixa-la no brechó, sob a avaliação de uma curadora de moda”, afirma Menke. “Para ter acesso ao acervo do brechó o cliente tem de pagar uma assinatura, nos valores de R$ 100, R$ 200 ou R$ 300 por mês, dependendo do número de peças, as quais podem ser usadas por até 10 dias.” Até fevereiro, o acervo já contava com 47 assinantes e mais de cem itens.

Segundo Menke o maior desafio não foi atrair o público, mas, sim, convencer as grandes marcas a abraçar a parceria. “É um modo de pensar diferente no qual o importante não é o ter, mas poder usufruir de serviços e produtos sem ter de dispender muito dinheiro para isso”, diz. Seu poder de convencimento foi bom, entre as parceiras da House of Bubbles estão Heineken, Coca-Cola, HP e Brastemp.

O modelo de negócio implantado por Menke é um exemplo de como o conceito de consumo vem mudando e o quanto as empresas precisam estar atentas a este movimento. Trata-se da ‘milenização’ como fenômeno de mercado, uma nova forma de agir, pensar e consumir comandada pela geração nascida entre 1982 e 2000. “Quem ainda não se deu conta precisa correr”, avisa Marcos Gouvêa de Souza, diretor geral da GS&MD. “Para atender as gerações millennial e a que se segue (dos Zs – nascidos entre 2000 e 2020) será preciso propor, desenvolver e sustentar conceitos e propostas que estejam muito além dos benefícios diretos que os produtos e serviços possam oferecer.”

Via onegociodovarejo.com.br

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