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Os humanos no centro da AI

Uma mulher chegou recentemente ao staff do Google Cloud, como cientista-chefe de Inteligência Artificial & Aprendizado de Máquina. Ela já é diretora do laboratório de AI de Stanford, com a missão de estimular uma revolução dessa tecnologia: torná-la mais inclusiva, no sentido de colocar as pessoas no centro dela. Fei-Fei Li deu uma entrevista aoMIT Technology Review, explicando porque todo mundo pode se beneficiar se enfatizarmos o lado humano da tecnologia.

BLAKE FARRINGTON

Tradução livre do O Futuro das Coisas:

Por que você está na Google?

É muito gratificante pesquisar a AI de ponta, mas estamos vendo esse grande despertar, um momento único na história. Pra mim, é muito importante pensar sobre o impacto da AI no mundo e acho que uma das missões mais importantes seja democratizar essa tecnologia. A nuvem é este gigantesco veículo computacional que oferece serviços de computação para cada tipo de indústria.

O que você aprendeu até aqui?

Que precisamos ser muito mais centrados no ser humano. Se você olhar onde chegamos na AI, eu diria que o grande triunfo seja o reconhecimento de padrões: muito centrada em tarefas, mas carece de consciência contextual e falta aquela aprendizagem flexível que os humanos possuem. Queremos fazer uma tecnologia que melhore a vida dos seres humanos, torne o nosso mundo mais seguro, nossas vidas melhores e mais produtivas. Tudo isso requer uma camada humana de comunicação e de colaboração.

Como podemos tornar a AI mais centrada no ser humano?

Há uma ótima frase, escrita nos anos 70: “hoje a definição da AI seria a de uma máquina que pode fazer um movimento perfeito no xadrez mesmo a sala estando em chamas”. Essa frase realmente insinua as limitações que a AI tem. Na próxima onda de pesquisa dessa tecnologia, se quisermos criar máquinas que nos ajudem melhor, devemos colocar a compreensão contextual. Temos que trazer a abstração de conhecimento e o raciocínio. Estas são as etapas mais importantes.

Em Stanford você criou o Visual Genome, um banco de imagens amplamente rotuladas para que possam ser usadas por sistemas AI. Essa interação de visão e linguagem é necessária para o próximo salto?

Completamente. A visão é uma pedra angular da inteligência, e a compreensão do idioma é uma pedra angular da inteligência. O que torna os seres humanos únicos é que a evolução nos deu o mais incrível e sofisticado sistema de visão, sistema motor e sistema de linguagem, e todos eles trabalham juntos. O Visual Genome é exatamente o tipo de projeto que está ultrapassando os limites do entendimento da linguagem e da compreensão visual. E, eventualmente, vamos nos conectar com o mundo da robótica também.

Você falou sobre a necessidade de ter mais mulheres envolvidas na AI. Por quê?

Cada vez mais os empregos estarão relacionados à inteligência artificial, por isso precisaremos de uma enorme força de trabalho, e precisaremos de uma base mais inclusiva. Esse é um argumento econômico. Há também milhares de estudos que mostraram que, quando um grupo diversificado de trabalhadores se reúne, as soluções que encontram são mais inovadoras e mais criativas. Isso impulsiona a inovação. Estamos também falando de moral e ética.

Quando você está tornando uma tecnologia tão penetrante e importante para a humanidade, você quer que ela carregue os valores da humanidade e atenda as necessidades dela. Se os desenvolvedores desta tecnologia não representarem todos os setores da nossa vida, é muito provável que esta tecnologia seja tendenciosa. Digo isso como tecnóloga, pesquisadora e mãe. E precisamos falar sobre isso de forma clara e explícita.

via ofuturodascoisas.com / MIT Technology Review

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